segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Changes


Não há como negar: humanos e pássaros têm muito em comum.
Assim como os pássaros migram para fugir do inverno rigoroso e preservar suas vidas nós migramos, muitas vezes sem direção, na esperança de melhorar nossas vidas, na esperança de que as coisas mudem para melhor.
Quando um humano decide ser nômade assim como as aves, acaba experimentando um misto de medo do que está por vir e medo de não vivenciar mais o que está deixando para trás. Medo de que aqueles momentos descontraídos com os bons amigos se tornem raros, de que as pessoas que são especiais acabem se tornando apenas lembranças.
Há alguns anos atrás, quando as minhas idéias eram ainda mais confusas e vivia naquele marasmo que as cidades pequenas geralmente proporcionam disse para mim mesmo: "quero que as coisas sempre mudem na minha vida, não quero viver mais nessa rotina, quero coisas diferentes, sempre". De alguma forma ainda penso assim, porém, hoje acredito que algumas coisas não deveriam mudar.
Como seria bom se os bons amigos sempre estivessem por perto e que nós pudéssemos levar a vida com todos eles em volta. Mas não há escapatória, para que as coisas aconteçam precisamos arriscar e pagar o preço, por mais alto que seja e, quanto maior o sonho, maior é o preço a se pagar.
Portanto, é necessário ser forte, afinal, as pessoas que realmente são especiais em nossas vidas resistem ao teste do tempo e os bons momentos que foram vividos ao lado dessas pessoas sempre estarão guardadas em um lugar especial em nossa memória, e neste caso, em minha memória.
Jamais vou esquecer todos os grandes amigos que fiz durante minha caminhada, que me surpreenderam e que mostraram que tem muitas pessoas que valem a pena se conhecer e são essas pessoas especiais que me dão força e que me faz ter certeza de que vale a pena, por mais dolorosa que seja a mudança que minha vida nômade impõem, seguir em frente, afinal, é inevitável que com o desenrolar de nossas vidas as coisas mudem.