sexta-feira, 7 de maio de 2010

26/04/2010 - That one night!

Em 2008 eu tive a primeira chance de ver uma das bandas que mais idolatrei em toda minha vida, pois finalmente o Iron Maiden colocou Porto Alegre na rota de uma das mais ousadas turnês da história da música e a maior tour da história da banda, na qual eles tocaram alguns de seus maiores clássicos, relembrando a Live After Death tour, o momento em que o Iron Maiden esteve no topo do mundo.
Assim que se iniciaram as vendas consegui comprar meu ingresso através de quem na época era a futura ex-namorada de um conhecido meu. Chegando o tão esperado dia do show, fui enfrentar 12 horas de fila junto com mais alguns amigos, esperando ansioso por aquele que seria (ao menos era o que eu esperava) o maior show de minha vida. Porém, graças a Opinião produtora, responsável pela "organização" do evento, pude aproveitar muito pouco o show do Iron Maiden. O Gigantinho, local onde foi realizado o show, estava superlotado, quase não havia circulação de ar, as pessoas estavam sendo esmagadas umas pelas outras e era comum ver pessoas desmaiadas sendo carregadas para fora do ginásio. Resumindo, foi um verdadeiro caos, e devido a todos estes percalços não foi possível aproveitar o show do Iron Maiden da forma como deve ser aproveitado um show do Iron Maiden. Infelizmente o primeiro grande show da minha vida foi frustrante.
Pouco mais de dois anos depois, após ter perdido alguns shows de outras grandes bandas que passaram por nossa capital, surge a oportunidade de presenciar uma outra banda que me influenciou a ter cabelos compridos, colecionar CDs e revistas, revirar a internet a procura de material raro e a sonhar em viajar pelo mundo tocando para grandes públicos. Sim, pela primeira vez na história, o Megadeth visita Porto Alegre, e esse show eu não poderia perder de forma alguma.
O local do show desta vez foi o Pepsi On Stage, um local projetado pra este tipo de evento, com uma estrutura bem mais apropriada do que um Gigantinho, por exemplo. Também como o Megadeth não tem a mesma popularidade exorbitante do Iron Maiden não foi preciso quarar por várias horas na fila, o que me possibilitou fazer alguns passeios por Porto Alegre antes de dirigir-me ao local do show por volta de 18 horas.

O que eu tinha falado mesmo sobre quarar na fila? É verdade que não tivemos que aguardar tanto tempo quanto na fila pro show do Maiden, mas a abertura dos portões atrasou por cerca de uma hora e meia e a espera pela abertura dos portões parecia durar por uma eternidade. Nessas alturas eu já estava pensando com meus botões se eu era um típico pé-frio pra shows, pois só o que me faltava que o show do Megadeth fosse a mesma bagunça que foi o do Iron Maiden.
22:00h, finalmente abrem-se os portões, e somos recepcionados pela performance da Distraught, banda de Porto Alegre que já estava no palco quando colocamos os pés dentro do Pepsi on Stage.

Logo de cara, a primeira impressão que se teve era de que sem dúvidas aquela seria a noite do Thrash Metal em Porto Alegre. E que noite, o show da Distraught deixou todos no clima e após isso viria o motivo pelo qual todos realmente estavam lá: por volta das 23:00h sobe ao palco um dos maiores ícones da história do metal, um dos Big Four do Thrash Metal, liderada por uma das maiores personalidades da música. Eu não podia acreditar, realmente eu estava num show do Megadeth.

Primeiro, Shaw Drover aparece atrás da bateria, logo após, o mais novo membro da banda, Chirs Broderick, seguido por David Ellefson que finalmente estava de volta ao Megadeth e finalmente Mr. Dave Mustaine estava à minha frente.
Não farei aqui resenha alguma das músicas que foram tocadas, pois já há boas resenhas do que rolou em sites como whiplash.net. Apenas registro aqui, uma das maiores noites da minha vida, a noite em que presenciei a execução impecável de um Rust in Peace tocado na íntegra, um Chirs Broderick destruindo a guitarra e mandando solos complexos com tanta naturalidade, fazendo parecer que o Rust in Peace é um album simples de se tocar. Tudo isso somado ao carisma e presença de palco, não apenas do Chris, mas de todos os membros. A impressão que se tinha ao ver o Mustaine no palco era de que aquele era um show tão especial pra ele quanto foi pra nós, fãs. Toda a energia empreendida, as músicas interpretadas com a emoção que uma música do Megadeth exige: aquele contraste entre vocais insanos e belas baladas que só o Mustaine sabe fazer.

No final do show, o Mustaine aplaudiu a multidão, que deu um show à parte também, demorando algum tempo pra sair do palco, curtindo o momento tanto quanto nós, fãs.

Após sair do Pepsi on Stage eu não acreditava no que tinha visto. Acho que vai ser bastante difícil eu presenciar um show daqueles novamente.

Sem dúvidas o Megadeth provou que é uma das maiores bandas da atualidade pelos seguintes motivos: tem uma discografia invejável, uma formação estável (acredito que agora podemos dizer isso), uma performance impecável e qualidade técnica inquestionável.

26/04, that fucking night. Valeu a pena as 7 horas de viagem até POA, valeu a pena cada centavo investido e, sem dúvidas, se o Megadeth vier novamente, eu vou.

Após o show, Dave Mustaine e David Ellefson soltaram algumas notas falando do quanto foi incrível o show de Porto Alegre e o próprio Mustaine confirmou que o show Porto Alegre foi o melhor do Megadeth no Brasil. Espero que eles repitam a dose logo.